domingo, janeiro 16

O melhor de dois mundos

Para além do bonsai, o surf é algo que faço pelo puro prazer, sendo anterior ao bonsai, ambos partilham elementos comuns. Para além da extrema satisfação, ambos proporcionam o contacto e a descoberta de novos espaços, amigos e experiência em contacto directo com a natureza.

Numa das minhas praias de eleição da costa vicentina, para além das óptimas ondas, posso fazer boas caminhadas e observar fantásticos juníperus. Alguns deles com dimensões consideráveis e madeiras mortas excelentes, faz com que este seja um óptimo local de aprendizagem e estudo de uma das muitas coisas natureza faz de melhor e que nós tentamos mimetizar ou recriar. Em locais como este, aquilo que muitos consideram artificial, forçado ou irreal no bonsai, pode ser visto no seu estado bruto com formas e detalhes incríveis.


































Numa dessas caminhadas, entre surfadas e de alguns períodos de "lagartação", trouxe alguns troncos de junípero que estavam soltos. Este é um deles, no qual resolvi fazer a minha primeira experiência em tanuki. Após abertura do rasgo (alinhado com o veio do madeira) para receber a planta, fiz a fixação de um juníperu jovem que agora vou deixar crescer, de forma a engrossar e abraçar a madeira morta. Já está a ser uma experiência interessante, em alguns aspectos bastante diferente de um processo comum de modelação.



















7 comentários:

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  5. Olá João.


    Conheço bastante bem esta especie,convivo com ela quase todos os dias da minha vida,são os turbinata da subespecie turbinata.
    Por aqui chamamos-lhe os Zimbros.
    Nas Canarias na Ilha de Hierro está uma famosissima arvore para os Bonsaistas e não só existe ,de um turbinata só que é de uma subespecie irmã (canariensis) com mil e tal anos,e que só se consegue destinguir dos "nosso" pelos frutos.

    Como dizes,são realmente a inspiração da natureza dos famosos Juniperos artisticos com madeiras e jins retrocidos, que muitas vezes por falta de conhecimento muitas pessoas lhes chamam anti-naturais.

    Na Costa Vicentina e na Arrabida e até quase a Peniche nas Arribas costeiras,vêm-se autenticos "Kimuras" em cascatas em todas as formas,de outro mundo.
    Que crescem tão lentamente e tão importantes para a flora dessas zonas,são quase as unicas arvores a sobreviver nessas zonas em bocadinhos minusculos solos hiper-calcarios e tempos adversos e por isso mesmo tão importante para as aves e animais.O que torna quase criminoso os yamadori desta especie,e a destruição de muitos por outros motivos (por exemplo para lenha ???!).

    É uma opção que acho magnifica os Tanukis aproveitando as esculturas do tempo em pedaços soltos,tenho alguns pedaços magnificos que achei aqui nas falesias e fiquei entusiasmado com este teu "post" e também depois de ver durante 2 minutos em Setubal no Congresso da FPB um Tanuki do Carlos Brandão fenomenal.
    Fiquei mesmo entusiasmado em tentar fazer algum com estes bocados que tenho aqui.

    Se calhar vou-te fazer companhia neste teu projeto que gostava de acompanhar.

    Um dia que possa, a ver se consigo tirar umas fotos destas arvores com os "excenticos" desenhos naturais do tempo que têm servido de inspiração para os trabalhos de artistas do Bonsai nos famosos Juniperos.

    Cumprimentos e boa sorte para o tanuki

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  6. Olá João,

    Por acaso já tinha estas madeiras em casa há dois anos. Vieram comigo sem saber ao certo se iria fazer um tanuki ou não. Na verdade acho que há tanta variedade no bonsai que a experimentação só gera conhecimento. Agora uma peça mais simples e daí a qualidade e a complexidade vai aumentando.

    Boa sorte para o teu projecto.
    Um abraço,
    João

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